quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Alunos indisciplinados: como lidar?

Conversas paralelas, saídas constantes, reclamações, discussões com professores ou, até em casos mais graves, danos físicos à escola. Se você não foi um aluno desse tipo, com toda certeza a sua memória escolar guarda alguns desses personagens. Mas o que a escola, os professores e os próprios alunos têm a dizer sobre o tema? O Portal Nominuto.com esteve em uma escola particular da grande Natal para saber mais sobre o assunto.
"Mas cabe a escola e a família conjuntamente estabelecer limites" disse a professora.

“A indisciplina deve ser tratada de uma maneira diferente. Dizer que o aluno é indisciplinado não é o certo. Ele apenas não foi trabalhado pela instituição educacional ou/e pela família nesse sentido” explicou a coordenadora pedagógica de uma escola de Natal, Maria Salete Guerra.

Para a pedagoga, a indisciplina parte da necessidade do aluno em chamar a atenção sobre o incômodo em algum aspecto da sua vida. Por isso, ela relata à importância da família estar atenta as esses indícios, sempre mantendo o vínculo com a instituição de ensino.

Aos que se repetem na indisciplina, mesmo após a repressão, Maria Guerra lembra que a conversa é a principal arma para “educar” esses alunos. “Não existe punição, mas conversa. Indisciplina não pode ser tratada com métodos evasivos” disse a pedagoga.
"Eu conversava bastante, discutia com os professores e me ausentava de algumas aulas".

Contudo, é dentro da sala de aula que esses adolescentes encontram seus maiores conflitos e cabe aos professores buscar as soluções mais plausíveis dentro daqueles instantes do horário escolar.

Adelina Fonseca, professora de literatura há 20 anos, diz que é uma característica comum do adolescente a transgressão. “Hoje os alunos estão cada vez mais inquietos, ousados e questionadores. Mas cabe a escola e a família conjuntamente estabelecer limites” disse a professora.
“A indisciplina é gerada pela falta de respeito que o estudante tem dentro do ambiente escolar” acredita Adelina, que ainda afirma que a família não pode reserva somente à escola o papel de disciplinar esses alunos.

Dentro de sala de aula, Adelina diz que o professor deve abordar cada indisciplinado de uma maneira particular. “Não existe uma regra geral de como lidar com esses alunos. Eu prefiro conversar primeiro e se houver repetição nos conflitos é que a punição será aplicada” finalizou.

Maria Cecília Guedes, estudante pré-vestibulanda, confessa que até ano passado ela era uma aluna indisciplinada. “Eu conversava bastante e respondia aos professores. Mas hoje eu estou atrás do tempo perdido, afinal esse é um ano importante” completou a estudante que tenta uma vaga no curso de psicologia.
 
Para ela, esses alunos atrapalham muito a dinâmica da sala de aula e o professor não pode aceitar essa indisciplina. “Esses alunos tem que tomar consciência. Antes eu não me preocupava, mas hoje eu vejo a importância de manter uma rotina de estudos e um bom comportamento dentro da sala de aula” completa Maria Cecília.
 

Tudo tem a sua hora!

Os pais de hoje acreditam que seus filhos serão melhores do que os dos outros ou serão melhores profissionais se eles começarem a ler mais cedo, a falar mais cedo, a tirar a fralda mais cedo.E o que mais mais cedo? Ter depressão mais cedo? Iniciar a vida sexual mais cedo? As meninas já freqüentam o salão de beleza aos 3 anos de idade e os meninos precisam estar afiados na soma e subtração. Porquê? Para quê essa pressa? Sim, o mundo está mais competitivo. Sim, o mercado exige mais do profissional – línguas, experiência, inteligência … Qual é o plano, então? O recém nascido já sai da maternidade com o compromisso de ser um profissional? E competente, certo?
Antes de nos tornarmos profissionais, bons profissionais, temos de ser crianças, e crianças felizes, que brincam, que riem, que choram, que se frustram, que ganham e perdem, que aprendem, ou seja, crianças saudáveis,para que, no futuro possamos ter a capacidade de lidar com a vida como ela é.
A agenda de compromissos diários de uma criança hoje é a mesma, proporcionalmente, a de um executivo. Escola bilíngüe, natação, balé, judô, kumon, entre outras atividades que ao invés de adquirir essas aptidões ela se estressa, não sabe relaxar e está sempre querendo saber qual será a atividade seguinte.
Estamos criando crianças ansiosas, muito agitadas e que não sabem aproveitar o momento presente. Além disso, os pais permitem com que elas escolham absolutamente tudo o que faz parte da vida delas, como que se uma criança de 2, 3 , 4 anos e assim por diante tivesse maturidade de escolher o seu vestuário, brinquedo, comida, entre outros. “ O que você quer almoçar hoje, meu filhinho de 2 anos?” “ Escolha um livro, minha querida filha de 3 anos”! Pais, está na hora de acordar! Acordem dessa situação sem sentido, sem propósito e nociva ao futuro dos seus filhos. Crianças são crianças e adultos são adultos.
A criança de hoje não é mais, realmente, a mesma de 20 ou 30 anos atrás, elas são NATURALMENTE mais atentas e espertas, pois o mundo mudou, o meio em que vivemos mudou, mas ser criança, viver incríveis descobertas, viver a inocência, a novidade, a fantasia,o carinho, a atenção e o afeto dos pais não tem preço, nem agenda e nenhuma aquisição de informação precoce que substitua o alimento vital e primordial da criança – o amor. E amar o seu filho não é dar a ele todos os brinquedos anunciados na TV, nem fazer uma mega festa em seus 4 anos de idade, nem comprar só o tênis de marca que vai usar por poucos meses e nem dar a ele como prêmio, por ter lhe obedecido, um “belo” almoço em uma rede de fast food.
Amar é criar hábitos saudáveis, é insistir na fruta e nos legumes todos os dias; é levá-lo ao parque em contato com a natureza e não só aos shoppings e supermercados, em prol do conforto e comodidade dos pais. É fazê-lo repetir palavras como “obrigado”, “por favor”, “de nada”, “ desculpa” em todas as circunstâncias que exigem esse tipo de tratamento. É deixá-lo menos com a babá e permiti-lo com que ele fique mais com você. É substituir um carrinho eletrônico ou um DVD por um gostoso beijo e abraço e alguns instantes de atenção. Aprendam, pais, educação não se compra, se dá e se vocês querem ter filhos profissionais no futuro, garantam primeiro a felicidade e o aconchego do coração de saberem que sempre foram muito, mas muito amados. E não se esqueçam que antes de terem a preocupação de formar um bom profissional, seja pelo receio do futuro ou por orgulho e vaidade, seus filhos são, antes de mais nada potencias seres humanos, que irão direcionar seus olhares e anseios durante todo o percurso de suas vidas com os valores e prioridades que vocês, pais, escolheram hoje.
A grande revolução mundial na década de 60, onde tudo foi questionado e a busca pela expressão e liberdade deram ao mundo uma nova perspectiva, acabou influenciando também o modo de educar os filhos. Se fui reprimido e obrigado a seguir as regras dos meus pais, com meus filhos tudo será diferente…Não sou aversa a liberdade de expressão muito menos contra a busca do pensamento livre e criativo, mas houve muita má interpretação a partir desse movimento sobre o que é criar e educar um filho com pensamentos e atitudes livres de preconceitos, julgamentos, imposições ou radicalismos. Determinar que seu filho escolha e decida tudo antes de atingir a sua real maturidade não é seguir uma educação que traz liberdade ou felicidade ao seu filho. Na verdade, você está se omitindo enquanto educador, ou seja, enquanto pai ou mãe, e olhando para seu filho como um semi-deus, que já nasceu sabendo, que tem poder de decisão, critério e tudo o mais que vemos por aí, como se os pais tivessem de ser subjugados pelos seus filhos para não terem o remorso de não terem sido fiéis ao movimento hippie. Quanta inversão de papéis,não? Quem disse que seus filhos não podem se frustrar com algo? Que mundo vocês estão construindo, ou melhor, fantasiando para seus filhos que não existe? Não existe vida sem frustração, sem erros, sem derrotas e tristezas. E o mais incrível, senão irônico é assistir os resultados dessa educação extremamente permissiva e sem limite algum, o que torna o recém-adulto muitas vezes em tirano, radical, revoltado e o que é mais irônico, desrespeitoso com seus pais. Se eles sempre tiveram e fizeram tudo o que quiseram, pobre pai ou mãe que não continuar nesse interminável jogo de dar, dar e dar. Até chegar o dia em que você acordar quando o seu filho te der um belo tabefe no rosto, assaltar a sua carteira ou exigir aos berros algo completamente fora de sensatez. Exagero? Não. Exemplos reais e infelizmente, mais comuns do que possam imaginar.

O PAPEL DO PROFESSOR


 
O papel e a atuação do professor já não é há muito tempo a mesma do passado. Antes ele detinha “todo” conhecimento e depositava nos seus alunos aquilo que havia estudado. Porém, esse estudo era normalmente lido e repassado para eles sem reflexão ou visão crítica dos conteúdos.

Hoje, felizmente, podemos e devemos ensinar nossos alunos a pensar, a questionar e a aprender a ler a nossa realidade, para que possam construir opiniões próprias.

Para que isto ocorra o professor deve, em primeiro lugar, gostar e acreditar naquilo que faz, ou seja, através de seus atos e ações ele servirá de modelo para seus alunos; se ele ensina a refletir ele deve também refletir, se ele ensina a respeitar o próximo ele deve respeitar seus alunos e assim por diante. Deste modo ele está sendo uma prova viva daquilo que está ensinando, pois bem a sua frente existem seres humanos que estão sendo moldados por ele.

O aluno é como se fosse um solo fértil , onde o professor semeia suas melhores sementes para que se produzam belos frutos. A relação professor/aluno deve ser cultivada a cada dia, pois um depende do outro e assim os dois crescem e caminham juntos. E é nessa relação madura que o professor deve ensinar que a aprendizagem não ocorre somente em sala de aula. Se estivermos atentos aprendemos a todo momento e não só na escola com o professor. Assim, o aluno irá desenvolver um espírito pesquisador e interessado pelas coisas que existem; ele desenvolverá uma necessidade por aprender, tornando-se  um ser questionador e crítico da realidade que o circunda. Como diz o filósofo: “O verdadeiro objetivo da Educação não é meramente prover informação, mas o estímulo de uma consciência interna” (Al- Ghazali).

PROFESSORES QUE INSPIRAM, por Dr. Anthony P. Witham

” Professores que inspiram . . .
 •percebem que , em última análise, não irá contar o quanto seus alunos aprenderam , mas o quanto acumularam conhecimento e habilidades que possam ser usadas por toda a vida;
 •despertam o potencial infantil ao invés de reprimi-lo; elogiam o esforço de cada aluno ao invés de ignorá-lo, estimulam ao invés de encobrir a curiosidade da criança;
 •percebem que eles devem respeitar seus alunos, sem impor seus valores pessoais, pois cada um precisa explorar e estabelecer seus valores próprios;
 •ajudam os alunos a descobrir seus dons, porém esses talentos “escondidos” podem ser facilmente dominados se o principal enfoque estiver no texto ou na avaliação, e não na criança;
 •disponibilizam seu tempo espontaneamente e lembram-se de encorajar aqueles que têm mais dificuldades;
 •corrigem os erros do aluno e elevam sua auto-estima ao mesmo tempo;
 •motivam mentes jovens a pensar por eles mesmos , muito mais do que se preocupam com fatos que exijam memorização;
 •percebem que o maior de todos os presentes que eles podem oferecer a seus alunos não é seu talento pessoal ou sua esperteza, mas ajudar cada a um a descobrir e a se apropriar de sua própria esperteza e talento;
 •encorajam mentes a pensar, mãos a criar e corações a amar – professores que exigem muito e que recebem muito;
 •nunca se empenham em explicar sua visão pessoal de mundo, mas simplesmente convidam seus alunos a ficarem ao seu lado para que eles possam ver o mundo por eles mesmos;
 •minimizam as deficiências de seus alunos e realçam seu dom natural. Tais professores nunca forçam um dançarino a cantar nem um cantor a dançar. Eles permitem com que seus alunos acendam sua própria “lâmpada” no momento e da maneira deles;
 •acreditam que a comunicação em sala de aula não melhora  se falada em voz muito alta;
 •acreditam que exemplo não é uma ferramenta de influências para impressionar mentes jovens, e sim a chave para moldar atitudes positivas, valores e hábitos de estudo para os alunos;
 •recordam seus alunos de que ganhar não é tudo na vida, mas ir em busca de seus ideais sim;
 •sabem que o presente mais valioso do mundo não é dinheiro nem livros, mas ter uma vida nobre;
 •não acham que eles têm que estar com seus alunos, eles querem estar com eles. Ensinar não é uma profissão , mas uma escolha que optaram em consideração ao próximo;
 •concordam com Eleanor Roosevelt que disse, “O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos”;
 •percebem que na vida de cada aluno existe um espaço esperando ser preenchido pelo professor, que pode comunicar auto confiança, criação de talentos que não foram descobertos e incentivo às atitudes na vida para o seu crescimento;
 •inspiram bons sentimentos nas crianças e na juventude, pois sabem que eles nunca irão conseguir medir o quanto influenciaram na vida de uma criança;
 •acreditam que algum dia seus alunos irão perceber que eu estou lá para ajudá-los a alcançar seus objetivos ou a completar suas tarefas, a melhorar sua auto-imagem e que existem algumas fronteiras que eles não podem alcançar;
 •acreditam no credo: “ensine aquilo que a sua consciência achar certo; ensine aquilo que a sua razão disser que é o melhor; ensine com toda o seu espírito e poder; faça o seu dever e seja abençoado”;
 •acreditam que aprender, fazer e ensinar acontecem quase que ao mesmo momento na vida -elas ocorrem normalmente simultaneamente. A criança que estamos ensinando a ler e a escrever está, ao mesmo tempo, nos ensinando sobre a inocência e a maravilha;
 •tentam garantir a cada criança oportunidades iguais – não se tornar “igual” mas “diferente”, compreender todo potencial do corpo, mente e espírito que ele ou ela possui;
 •optam por alternativas positivas em estabelecer disciplina em sala de aula, ao invés de depender unicamente das formas diversas de punição;
 •encorajam e afirmam para a criança não aquilo que ela é, mas aquilo que ela virá a ser;
 •estão sensíveis por saber o quanto suas palavras e ações podem afetar seus alunos positiva ou negativamente;
 •acreditam que um relacionamento positivo entre aluno e professor se origina através do respeito;
 •suscitam atitudes positivas em sala de aula e criam uma corrente contínua de pensamentos e idéias positivas;
 •são entusiastas, enérgicos e eternamente otimistas em relação à potencialidade de seus alunos;
 •concordam com o pensamento de Grayson Kirk’s que diz: “A função mais importante da educação, em qualquer grau, é desenvolver a personalidade do indivíduo e o significado de sua vida para ele mesmo e para os outros”.

O professor sempre faz a diferença no desempenho escolar de seu aluno

Desde sempre que os professores sabem que têm influência no comportamento dos seus alunos. De facto, ensinar é, por definição, uma tentativa de influenciar a aprendizagem e o comportamento dos alunos. Várias dezenas de investigações cujo objetivo tem sido identificar os fatores mais suscetíveis de ajudar o aluno a aprender (Wang, Hearttel e Walberg, 1993; Hattie, 1992 e 2009) permitem contrariar a ideia bastante generalizada de que a qualidade dos professores tem pouca ou nenhuma variação no rendimento escolar dos alunos e questionar um dos maiores mitos do ensino: todos os professores são iguais. Desapoiando estas ideias, amplamente difundidas, os resultados dessas e doutras investigações permitem afirmar que o que os professores fazem na sala de aula é, sem margem para dúvidas, o principal fator extrínseco ao aluno que determina a sua aprendizagem e o seu sucesso e que nem todas as práticas pedagógicas têm o mesmo efeito na aprendizagem.
 
 
 
 
” O professor só pode ensinar, quando está disposto a aprender”.
Janói Mamedes